monotonia | samba canção #29
pode fazer todo dia tudo igual? essa é uma daquelas edições que eu começo de um jeito e termino de outro
Bom dia! Hoje é terça-feira e garanto que na quinta-feira eu estarei mais centrada, pois eu vou me encontrar com a minha terapeuta as 9h.
É brincadeira, mas é verdade. Estou há algumas semanas sem fazer terapia e as consequências estão aparecendo com cada vez mais frequência.
Como toda boa sagitariana, eu penso demais. Muito mesmo, por isso eu falo no stories, escrevo essa newsletter e ainda arranjo coisa diferente pra falar no youtube. Minha cabeça é 24/7 pensamentos aleatórios e conversas comigo mesma.
E o dessa semana que eu venho guardando pra falar aqui com vocês é a monotonia. Qual a diferença, ou melhor, qual o limite entre a rotina e a monotonia? Até que ponto posso dizer que é um hábito ou é uma prática monótona, passada, antiga, deve mudar.
Acredito que seja quando o hábito se torna, de alguma maneira, negativo. Comecei a pensar nisso quando estava na consulta com a nutricionista, e comentei que queria comer tudo sempre igual. Ela logo alertou: cuidado para não entrar em monotonia alimentar.
Confesso que não pedi detalhes porque fiquei com medo de me assustar demais. Eu amo comer todo dia a mesma coisa. Acordar todo dia o mesmo horário. Ir treinar sempre nos mesmos dias. Usar o mesmo shampoo. Ir na mesma manicure.
Digo pra vocês que imagino qual é o problema da monotonia: quando ela não incomoda. Eu não me incomodo de fazer todo dia tudo sempre igual, o incômodo vem quando existe alguma mudança nesses hábitos. Se por alguma razão tenho que correr meu regenerativo (treino mais leve de corrida da semana) na terça ao invés da segunda, meu coração começa a palpitar. Como vou seguir minha semana com tudo desalinhado?
Se planejo toda quarta-feira as 17h30 fazer yoga e algo não me permite ir, não mudo o dia. Não substituo, simplesmente não vou. Mas que punitivo e, a longo prazo, que entendiante, certo?
Ainda não consegui descobrir qual a explicação astrológica para esse meu comportamento, talvez é a vênus em capricórnio.
O que a minha nutri falou sobre monotonia alimentar desencadeou toda uma autorreflexão sobre: talvez o que eu pensei serem hábitos que me fazem bem, serem parte de uma monotonia que me aprisiona.
Volto quinta-feira com as respostas da minha psicológa.
UM LOOK
E vamos de contradição. Nos looks eu nunca tenho monotonia. Pelo contrário, sempre quero mudar o estilo, a roupa, a peça. Talvez no caso do guarda-roupa seria bom manter a monotonia, eu seria menos consumista.
Mas, se fosse pra escolher o look monótono da Lelis, ele seria calça jeans wide e uma camiseta. Eu sei que o básico funciona e funciona muito, mas pra mim, esse é o look: estou tão mal que não quero pensar nada além disso. Se eu to com esse look e não coloquei nem uma graça por cima, saiba que é um dia ruim (monótono).
Escolhi uma versão um pouco mais arrumadinha, vocês não merecem me ver no meu pior dia!
UMA MÚSICA
Considerei colocar “Cotidiano” do Chico Buarque, seria muito previsível. A música me tira da monotonia, aqui não existe tempo ruim, nunca. Tudo pode estar desmoronando, mas a minha playlist é a melhor sempre.
Em dias ruins, ou monótonos, eu preciso ouvir músicas melancólicas. Aquela tristeza boa de ser sentida, mas que também pode te levantar se for preciso. E como estamos em junho, essa música é Drops of Jupiter, do Train.
Talvez meus amigos que estejam lendo essa edição pensem que não faz sentido nenhum eu falar sobre fazer tudo igual. E eles tão certos. Preciso sempre me lembrar que ainda é tempo para mudar, pra reencontrar, pra me entender.
Conseguir manter uma monotonia, também pode ser um sinal de que a pessoa é afortunada! Pense nisso! Ótimo texto Lelis!😍