tomaria a substância? | samba canção #65
a substância não.... mas um retinol bem power eu aceito.
Bom dia.
Hoje é quarta-feira e depois de um pequeno lapso, voltamos a Samba de quarta-feira.
Vocês preferem na quarta? Ou curtiram uma edição na sexta? Confesso que na sexta-feira meu cérebro já tá tão lotado de coisa, que eu acabo pulando até o que acho legal.
Mas me digam vocês:
*um disclaimer: sim é uma experiência pessoal contada a partir de um cenário privilegiado em que eu tinha acesso ao cuidado com a minha pele*
Hoje vamos falar de um assunto pelo qual eu sou levemente obcecada, mas que nunca cheguei a trazer com profundidade para esta newsletter: skincare.
Eu sempre amei cuidar da minha pele e posso dizer que isso foi passado como uma herança para mim. Minha avó e minha mãe têm peles impecáveis graças a dois segredos infalíveis: hidratação e proteção solar. Nunca ouvi muito sobre produtos milagrosos, cremes mirabolantes; era sempre o básico de passar protetor todo santo dia.
Aos 15 anos, já fazia uma rotina de skincare regular, toda pensada e ditada para a minha pele. Porém, como toda adolescente, tinha limites. Na época, eu já era viciada no YouTube e fazia listas e listas de produtinhos que sonhava em comprar.
Minha mãe sempre dizia a mesma coisa: não. “Usa este que eu comprei”, dizia, me entregando um creme da Nivea que não era o mesmo das blogueiras do momento.
Não pensem que estou aqui sendo ingrata. Hoje em dia, entendo que ela estava 100% correta. Uma adolescente sem problemas de pele definitivamente não precisa de mil e um cremes complexos. Mas, claro, que na minha cabeça, eu precisava.
Assim, no primeiro momento de independência financeira, o dinheiro foi todo para o skincare. Na pandemia, me vi com cinco hidratantes diferentes, três séruns, dois tônicos, umas 20 máscaras e vários protetores solares. Tudo isso para uma pele que não ia nem ver a luz do dia.
A obsessão foi tanta que fez pessoas próximas a mim repararem se não era um exagero. "Precisa mesmo de tudo isso?"
E eu só pensava: é claro que preciso de um skincare com 10 passos todos os dias.
Mas eu não precisava. E me custou alguns meses comendo pão e água para pagar creminhos para o rosto e entender. Inclusive, ao mesmo tempo em que tive essa percepção, tive contato com o termo “skincare ostentação”: quando a gente deixa de comprar um produto para se cuidar e passa a tê-lo como um status de posse.
“Olha só minha penteadeira com todos os lançamentos do ano de skincare” - e a minha fatura do cartão parcelada. Não vale a pena, divas.
Depois dessa crise de consumo, eu mudei completamente. Me consultei com profissionais, entendi mais sobre a minha pele e o que ela de fato precisava. Hoje, compro produtos com mais sabedoria, buscando os ativos que sei que funcionam.
Tem coisa que todo mundo jura que é milagrosa e, para mim, não rola (ácido glicólico, por exemplo), enquanto outras são - de fato - essenciais.
Digo para vocês que agora a minha rotina de skincare tem apenas três passos: lavar, hidratar e fotoproteger. E eu nunca fui tão feliz com a minha pele. Claro que isso também está associado a estilo de vida, exercícios e alimentação. Mas o importante é que voltou a ser um cuidado e deixou de ser uma corrida para ter todos os melhores produtos do momento.
Para fechar, vou compartilhar minha rotina com vocês. Somos filhas de Deus e merecemos cobiçar algumas coisas, né? Mas cobicem com responsabilidade e moderação.
ROTINA DE SKINCARE DA LELIS | FEV2025
☀️ DIA ☀️
Limpador Facial - Sallve - recompro desde o lançamento, o melhor sabonete pro rosto da vida.
Sérum GABA - Simple Organic
🌙 NOITE 🌙
Acniben - ISDIN
Niacinamida - The Ordinary
(tinha um retinol aqui, mas acabou)
🧴 PROTETOR SOLAR 🧴
Tenho 3, pois realmente uso MUITO:
Pink Stick - Pink Cheeks - cor pro10 - uso só pra correr
Fusion Water - ISDIN - cor clara - uso diariamente quando vou sair de casa
Protetor facial - Cenoura e Bronze - sequinho, perfeito, não tem cor e uso só dentro de casa
🎬 Maratona do Oscar
Na hora de decidir qual seria o filme da semana, revi os indicados a Melhor Filme. É, de fato, a principal categoria do Oscar. Por isso, me esforço pra falar de quase todos.
Hoje, vamos falar de um filme que tem tudo a ver com essa busca incessante pela aparência perfeita…. vocês já devem imaginar qual: A substância.
A substância é dirigido pela Coralie Fargeat, uma diretora e roteirista francesa que eu - sinceramente - não conhecia.
O apelo do longa é muito convidativo: uma atriz famosa (Demi Moore) injeta uma substância para ficar mais jovem e "bonita" (Margaret Qualley). Ok, até aí nada de muito diferente.
Porém, o que a sinopse não conta é que essa versão mais jovem.. sai de dentro da própria atriz. E quando eu digo de dentro, é um buraco que se abre nas costas e de lá sai uma versão padrão 20 anos.
É assustador e nojento, não sei como colocar em outras palavras. O filme todo é extremamente nojento. E é por isso que é tão bom. O quanto estamos dispostas a fazer para ter a aparência que precisamos ter?
E digo precisamos, porque o filme deixa claro que a inquietação não parte da personagem Elizabeth Sparkle. Mas sim, da sua equipe e da rede de televisão para qual trabalha, e só aí, vira uma preocupação dela. Uma mulher que precisa ser jovem pra sempre pra manter seu sucesso.
Na verdade, o filme é cruel.
Uma das coisas que mais me chamou atenção, é que tudo relacionado a figura feminina é sempre milimetricamente calculado, cheio de glitter, cores sólidas e claras. Nenhuma mulher fuma ou bebe, tanto Elizabeth quanto Sue tem os dentes brancos e uma aparência bem cuidada.
Já o personagem masculino, faz questão de fazer uma sujeira em tudo. Não se cuida, fuma maços e maços de cigarro, come infinitos pratos de uma comida gordurosa, não liga para a sua aparência. E de alguma forma, ele segue sendo o diretor da rede de televisão.
Essa dualidade entre o masculino e o feminino, o limpo e o sujo, o mal e o bem cuidado, é muito bem construído pela Coraline no longa.
Claro, tem a parte que é só nojenta, mas é a proposta de ser um body horror. Recomendo não assistir antes de comer… porque A Substância tirou toda a minha fome rsrsrs.
O ponto é que eu acredito que o filme é uma virada de chave no cinema. Cheio de referências a outros clássicos e ao mesmo tempo com uma linguagem própria.
Além de ter dado o Globo de Ouro para a Demi Moore, uma atriz de 62 anos, vivendo seu auge. As mulheres são ensinadas que depois de uma certa idade, suas oportunidades acabam. Meio… se não fez até os 30 desiste, ou, depois dos 40 vão achar uma nova pra te susbstituir (e se você tomar um negocinho essa pessoa vai sair de dentro de você).
E a temporada de premiações de 2025 nos prova absolutamente o contrário: nós ficamos melhores a cada ano. Cada vez mais lindas, sábias e mais seguras de que toda essa baboseira não passa de uma estratégia pra destruir quem tem muito potencial.
💌 Pra saber ainda mais
Tenho assistido a muitos filmes em um curto espaço de tempo, então é difícil trazer todos em uma edição semanal da Samba. Mas lá no Instagram eu comento um pouco mais sobre o que não vem pra cá.
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Para quem quiser fazer o test-drive, o trailer de A substância: link aqui
Semana que vem é a nossa última edição especial da Maratona do Oscar.
Alguns avisos paroquiais:
Vai ter bolão. E o presente especial do vencedor já chegou aqui em casa <3 Então, prepare suas apostas!
Para quem não estiver no bloquinho: No dia 02.03, estarei ao vivo no Instagram da Samba comentando tudo sobre a premiação! Desde o Red Carpet, até os prêmios finais da noite. Espero vocês lá.
Na última edição, falaremos de Ainda Estou Aqui. Quando comecei a maratona, já tinha isso planejado. Peguem os lencinhos e entrem no carro, o Brasil vai ganhar o Oscar!
🩳 Um look
Não dá pra falar de um look hoje que não seja o meu favorito de A substância.
Eu preciso e procuro esse casaco desde que assisti ao longa. Ele faz parte de uma construção de cores muito bem feita a partir dos cenários e dos figurinos, que realmente fazem parte da história que nos é contada.
Demi Moore, diva que inspira (vai arrasar no segundo lugar do Oscar!)
💙 Pensei em vocês quando vi
Uma seleção de links do que vi por aí no mundo internético e lembrei do meu clubinho <3
Miley Cyrus no SNL50, ela é tudo e mais um pouco: link aqui
Uma das minhas sketches favoritas do SNL50: link aqui
Tudo sobre o Dior que Fernanda Torres usou (estou obcecada): link aqui
O diretor e roteirista de “A Real Pain” sendo o mais fofo de todos: link aqui
Emma Chamberliain e suas previsões de moda para 2025: link aqui
(eu não vou usar calça skinny e nem franjas)
🎶 Uma música
Amo fechar a Samba Canção com uma música pra vocês! Principalmente quando toda a edição é alinhada a um mesmo tema.
Essa música tem uma história engraçada. A Substância lançou no Brasil em outubro e, como vocês sabem, em novembro eu fiz uma viagem pra Europa. Eis que estamos em uma balada em Madrid e começa a tocar PUMP IT UP, e eu começo a gritar: É A MÚSICA DE THE SUBSTANCE!!!!
Todo mundo me olhando assim:
Pra vocês verem que na vida real eu sou só a amiga estranha que ninguém entende as referências kkkk. Mas aqui no nosso clubinho vocês entendem, né? <3
Até semana que vem!
Me identifiquei super com a parte de skincare. Na época em que eu comprava vários produtos acabei comprando um sabonete facial que ressecou mega minha pele e foi o que me fez parar com aquilo. Esse ano voltei na dermato e a recomendação dela foi mega simples: lavar o rosto com o gel de limpeza da avene, hidratante facial da cerave, protetor solar da isdin fusion water (também hahahah), e epiduo pra espinhas que eu tava tendo na época. Um mês de uso e já to com a pele mara! No fim é isso, precisamos filtrar muito o que chega de influência pra gente e entender que o basico bem feito é o segredo.
Acho que o marketing da skincare se aproveitou muito do discurso de “autocuidado”, como se baseasse apenas a isso. Hoje entendo que autocuidado é mais sobre você consigo mesma, impor seus limites, entender e acolher seus sentimentos e nutrir aquilo que te faz bem e não sobre obsessões ligadas a pressão estética.
Obrigada por compartilhar sua experiência!